Listen to me

sábado, 26 de novembro de 2011

Imagem e Um Violão

Estou sempre aqui
sempre aberto
sempre tento ouvir
e compreender

Apenas não tão certo da minha função
nunca soube o que eu realmente faço bem
mas não preciso me preocupar
eu tenho um amigo que sabe rimar


Estou sempre bem
sempre tento sorrir
só quero te mostrar
o quão bom pode ser

Apenas não tão certo da minha condição
nunca saberei o que eu realmente faço bem
mas não preciso me desesperar
eu tenho um amigo que sabe riffar


Confie em mim
eu sei onde tudo pode dar
confie em mim
eu sei onde eu posso chegar

Apenas não tão certo da conclusão
não estou no lugar que pode me inspirar
mas não preciso lá estar
eu posso muito bem imaginar

domingo, 20 de novembro de 2011

Zé no Bar


Eu não ia sair, mas decidi por causa da mensagem. Fiquei meio louco e inquieto. Não suportaria ficar aqui estático. Claro, tinha de ir pra rua me embebedar.

Mas o bar era um saco e, como havia poucos lugares abertos, tive de suportar um lugar que tocava uma musica horrível. Pedi ao garçom para mudar, mas ele me falou que isso era algo impossível. Havia a possibilidade de beber e ignorá-la e foi o q eu fiz.

Sabe algo que não suporto também? Quando há alguém, algumas pessoas conversando alto e gargalhando em suas mesas (e certamente, sempre é, por motivos mais débeis possíveis). Eu tenho vontade de avançar na mesa e exterminá-los. Havia umas três mesas dessas ontem, cheias de babacas.

Pior foi quando eu acendi um cigarro e baforei a fumaça pelo ambiente e metade do bar olhou procurando quem era que estava cometendo aquela calamidade social. E logo me viram, claro. Agora fumar virou crime!

Eu sou um criminoso social, cheio de amor. Amor, nicotina e álcool: a tríade! Três notas musicais para a alma ensandecida.

Eu estava com vontade de ouvir Chopin, Brahms, Bach... Até o Beethoven. Mas o filha da puta dos infernos jamais tocaria isso naquele bar. Um dia vi em um filme um cara que pensava que Beethoven era aquele cão do filme. É certo que o otário lá ia pensar a mesma coisa. Chopin, ia pensar que eu estava querendo chope, e já ia dizer que não tem. Aliás, percebi que ele queria que eu fosse embora, porque até as cervejas foram baixando de categoria. Sempre que acabava uma, ele vinha me dizer que aquela era a ultima.

Já de saco cheio, falei que não importava mais me dizer qual que tinha, podia trazer qualquer uma. Uma mulher ouviu, olhou pra mim e riu. Aí eu falei: daqui a pouco ele me traz cicuta. Aí ela completou: ah, mas aposto que se tiver álcool você não vai reclamar. O que me fez rir.

Ah, Sócrates! Imagina isso que me ocorreu aqui: Sócrates e a cicuta! E agora nos tempos modernos Sócrates tá com cirrose. Até que cicuta é uma palavra que se assemelha a cirrose, quase gêmeas.

Eu estava mais solitário que a jarra do balcão do Mastercard. Essas jarras que chamam de solitárias. Vão lá e colocam uma flor, condenada a morrer sozinha como em formol.

Eu vi um casal indo embora bêbados, um segurava o outro. Achei bacana demais aquilo. E eu sabia que o mais triste é que eu ia embora sozinho.



[edit]
13 de março de 2019
José Ricardo Cunha Leal - Autor do texto e acho que nem sabe que ele existe. Sinto falta.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tudo Fim

Me perdi agora entre sonhos
E, se acordado, devaneios
Um seguido do outro
Entre realidade e mito

Tudo seu!

Mas agora sua importancia esteve em xeque
Bem outro dia mesmo a angústia esteve presente
Então ainda tem o seu posto
Ainda vou lutar, eu ainda quero

Tudo meu!

Enfim eu vejo que você não faz nada
Me conquista pelo que é
Apenas deu a sorte de ter o formato
Que eu desenhei pra mim desde o início

Tudo bem!

E o perigo disso tudo está
Em entender o meu sentimento
Se controla o que se entende
Mas eu quero essa paixão descontrolada

Tudo fim!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eu Raio



É aqui que estou
Não preciso de luz. Os raios m'iluminam
Estou trancado
Posso ser quem eu quiser

Mas eu quero mesmo
É que vocês 2 sejam a mesma pessoa
Desde que estejam comigo

Chove chove
Chova! Barulho
Se eu choro ou se venta
Eu raio
Nenhuma palavra sabe o que eu quero dizer

Mal me concentro
Pois vejo que meu poder é forte
Ninguém vai me achar
Até eu os achar